CIRCUITO DE GESTÃO
Inspirado no método PDCA
Adaptação dos três passos fundamentais da prática científica – definição de hipótese, experimento e avaliação – para o trabalho de gestão.
Dessa forma, o cientista e o gestor devem agir com base nas conclusões da avaliação, refletindo a partir do que aconteceu na fase de execução/experimentação.
A cada nova tentativa, o conhecimento é ampliado e, por essa razão, o ciclo precisa ser repetido com frequência. Essa repetição contínua faz a Educação avançar de forma igualmente contínua.
Não é prescritivo sobre quais problemas devem ser priorizados nem sobre quais as melhores ações a serem tomadas. Ele é, na verdade, um método que contribui para que os próprios atores da rede identifiquem as necessidades de intervenção e se organizem para o desenho de soluções. Por isso, atende a diferentes contextos e tem elevado potencial de adaptação, já que as respostas são formuladas e aperfeiçoadas pelos próprios gestores e suas equipes ao longo de 6 etapas: (1) Pactuação de Metas; (2) Planejamento; (3) Execução; (4) Avaliação de Resultados; (5) Compartilhamento de Práticas e (6) Correção de Rotas.
Ao praticar, repetidas vezes, todas as etapas do Circuito de Gestão, a atuação dos gestores vai ganhando foco, as perguntas tornam-se mais bem definidas, as evidências mais procuradas e as decisões cada vez mais referenciadas nessas evidências. Isto envolve uma capacidade de questionamento, contextualização, aplicação de conhecimentos e de reflexão que é a base do comportamento que toma “decisões a partir de evidências”. A principal competência associada a esse tipo de comportamento é o pensamento analítico, segundo o qual os indivíduos buscam desenvolver uma linha de raciocínio que permita solucionar situações decompondo um problema em partes mais simples. Praticar o Circuito de Gestão também potencializa o desenvolvimento de outra competência fundamental para a “tomada de decisão a partir de evidências”: é a chamada flexibilidade cognitiva, que envolve a capacidade de rearrumar o problema de maneira que ele possa ser solucionado e de transpor conhecimentos gerados em outros contextos para a realidade em questão.
A prática abre caminho para a construção de novos raciocínios sobre relações de causa e efeito porque permite que a cada nova experimentação os profissionais tenham maior clareza sobre os problemas a serem enfrentados e suas nuances. Com isso, é possível cercar de forma mais efetiva o desafio colocado e pensar em meios mais eficazes e eficientes para lidar com ele, de forma que melhores resultados sejam possíveis.
As transposições de experiências também têm papel importante na promoção de melhores resultados porque o estímulo às trocas entre os profissionais contribui para o aprendizado e permite melhor compreensão sobre as particularidades de cada local. Entender como seus pares identificaram os problemas presentes em sua realidade e de que forma se organizaram para a construção de soluções é um insumo importante, que faz com que os profissionais olhem para seu entorno com novas lentes.
O Circuito de Gestão também auxilia no desenvolvimento de um aspecto importante da liderança: a capacidade de envolver o grupo em um compromisso coletivo. Quando todos estão empenhados em aprimorar as suas práticas, é possível criar expectativas coletivas e um senso de responsabilização em cada um
Referência bibliográfica
O método Circuito de gestão
Planejar, monitorar e avaliar não são funções novas na vida escolar. O grande desafio é fazê-las gerar mais conhecimento relevante para os envolvidos. As novidades trazidas pelo circuito são: estruturar melhor cada uma dessas etapas; articular melhor a passagem entre as etapas; prever um momento específico para a Correção de Rotas; repetir o ciclo de mudança três vezes ao ano e transbordar o ciclo para o seguinte.
São pontos de partida fundamentais para qualquer ciclo de transformação que sejam pensados os desdobramentos táticos e operacionais. Por desdobramento tático, nos referimos ao entendimento do papel de cada ator no processo e nas análises considerando recortes temporais menores, de forma que seja possível compreender os passos necessários ao alcance dos objetivos traçados. O desdobramento operacional, por sua vez, busca planejar com maior riqueza de detalhes os processos a serem executados, delimitando atribuições e indicando os recursos necessários. Assim, torna-se possível a implementação e o monitoramento do plano.
O circuito orienta a operacionalização com dados, a especificação de objetivos e atividades, os responsáveis e os prazos. O monitoramento e a avaliação trazem indicadores sobre a execução e os resultados intermediários, ajudando a aproximar a execução do que foi planejado. A etapa de Correção de Rotas é o momento de trocar experiências com pares e decidir sobre o que manter e mudar no plano. Há acúmulo de conhecimento em todas as etapas.
A percepção geral dos implementadores nas redes parceiras é que o método, definitivamente, não traz um trabalho adicional, mas uma nova forma de fazer descrita como estruturante do pensamento e da prática, integradora e baseada em dados.
Em termos operacionais, o Circuito de Gestão é instituído nas três instâncias – escolas, Regionais e Secretarias – por meio de protocolos. Como já apontado anteriormente, pressupõe a execução de uma sequência de práticas organizadas em seis etapas: (1) Pactuação de Metas; (2) Planejamento; (3) Execução; (4) Avaliação de Resultados; (5) Compartilhamento de Práticas; e (6) Correção de Rotas. Esse ciclo deve acontecer três vezes ao ano.
Referência bibliográfica
